Hoje são muitas as idéias e os projetos sendo desenvolvidos para tentarmos reverter, ou simplesmente amenizar, os estragos que nós mesmos provocamos em nosso planeta. E, em se tratando de fontes alternativas de energia, são cada vez mais impressionantes e inovadoras as técnicas de captação. Depois da energia solar, da eólica, da energia captada dos pulos dos jovens através do pavimento de danceterias, da energia aproveitada de gases dos dejetos de animais, agora até as fezes humanas são transformadas em eletricidade. É isso aí, pessoal, o número 2 pode acender as luzes das nossas casas. É tudo uma questão de engenharia e, claro, de investimento. Enquanto ainda não temos meios de aproveitar em nosso dia a dia todos os tipos de energia que nós mesmos produzimos, simples mudanças de hábitos e a criação de novos já ajudam na preservação da nossa casa Terra. E eu estou aqui hoje propondo um novo hábito a vocês e lançando a Campanha do Apagão. Não, não é aquele apagão de todas as luzes da casa durante 10 minutos marcado pela Internet em várias partes do mundo, como aconteceu em Abril do ano passado e que, aliás, é muito legal. Mas a idéia aqui é outra: façam mais coisas no escuro, acendam menos as luzes da casa quando estiverem sozinhos, conversem no escuro e vejam como ouvirão melhor a voz do outro, suas nuances mais sensíveis, sua essência e o que realmente ela quer dizer, cantem no escuro e sintam a vibração da própria voz, tomem banho no escuro e exercitem o tato, realizem tarefas automáticas no escuro, como lavar a louça, trocar de roupa, dobrar as cobertas, andem pela casa de olhos fechados e trabalhem a noção espacial, bem como a calma e a perseverança, ponham vendas para namorar, privando-se até mesmo da penumbra do quarto, e percebam muito mais intensamente o outro. No início só não recomendo que se experimente cozinhar ou realizar outras tarefas que ofereçam alto risco de ferimento.
Alguns amigos e familiares, desde o meu “apagão”, espontaneamente passaram a experimentar fazer coisas em casa na completa ausência de luz, só para sentir na pele como seria a minha percepção. Estes são, sem sombra de dúvida, os que se tornam mais cúmplices, mais sensíveis às minhas dificuldades e mais familiarizados com as melhores maneiras de ajudar e de interagir, comigo e com qualquer pessoa que não enxerga. Mas não é só isso que eu e eles ganhamos com a experiência; vira e mexe e algum deles vem me contar descobertas incríveis e sentimentos surpreendentes com os quais têm entrado em contato se privando da visão por uns momentos. E ainda, de quebra, eles economizam luz. Já a Campanha do Apagão propõe: economizem luz, realizando tarefas no escuro! É simples, barato, e vocês ainda levam de brinde o aprimoramento dos outros sentidos, a sensibilidade para compreender as dificuldades de outras pessoas, o intenso contato com novos e enriquecedores sentimentos e sensações e uma boa oportunidade de se conhecerem melhor! Puxa, as vantagens parecem boas! Nós ajudamos o planeta e nos tornamos pessoas mais sensíveis. Que bom, porque nos tornando pessoas mais sensíveis ajudaremos cada vez mais o planeta. Afinal, o planeta, aquela bola gigante aparentemente inalcançável em seu todo e, pela televisão, quase um caso perdido, é um pedaço, é um espelho, é cada um de nós. E começa dentro da nossa casa.
Espalhem a campanha por e-mail e venham me contar, aqui mesmo nos comentários dessa postagem, suas experiências com o apagão. Tenho certeza de que vocês terão relatos divertidos e surpreendentes. To esperando vocês!
Pessoal que já vive no apagão como eu, incentivem a campanha entre amigos e familiares!
