sábado, 19 de junho de 2010

Audioteca sal e Luz

Você pega um lvro. Mh, que delícia é olhar as cores da capa, sentir as diferentes texturas da encadernação, do verniz no título do livro, sentir a espessura dele. Agora você abre este tesouro, o livro que você próprio escolheu para enriquecer sua vida, você sente aquele cheirinho gostoso do papel impresso, alisa a página com carinho, feliz por estar prestes a mergulhar no universo revelado na teia de palavras que vai entrar por seus olhos. Difícil encontrar coisa igualmente mágica, é tão simples quanto maravilhoso abrir e ler um livro, uma revista, um jornal, a qualquer hora, em quase todo lugar. Pois é, acontece que para muitas pessoas este não é um ato nada simples... Só no Brasil são mais de 15 milhões de pessoas com alguma deficiência visual. Embora o código Braille seja necessário no processo de alfabetização de pessoas cegas, a produção de livros em Braille é bastante cara e portanto inacessível para a maior parte dessas pessoas, e a solução mais viável atualmente para a questão do acesso à leitura é transformar livros impressos em livros falados, ou áudio-livros. De quebra o recurso atende também a pessoas idosas, analfabetas e com dificuldades cognitivas.
No dia 10 de Junho foi inaugurada em Volta Redonda uma filial da audioteca Sal e Luz. Com sede no Rio de janeiro, a Sal e Luz é uma biblioteca para pessoas cegas e com baixa visão, e com o trabalho de ledores voluntários grava livros de todos os gêneros em cd ou fita cassete. O núcleo de Volta Redonda por enquanto conta com 250 títulos, incluindo livros didáticos. Os áudio-livros podem ser emprestados, com devolução em 30 dias, ou escutados na hora, na sala de audição da audioteca, que disponibiliza aparelho de som com fone de ouvido.
A audioteca foi instalada no CAPD – Centro de Atendimento a Pessoa com Deficiência, na Rua 552, número 301, bairro Jardim Paraíba, próximo do Estádio da Cidadania. A diretora do CAPD, Beth Melo, afirma que todas as pessoas com deficiência visual de Volta Redonda qu têm o passe livre serão cadastradas automaticamente na audioteca. Este grande passo para Volta Redonda é resultado de uma parceria entre a audioteca Sal e Luz e a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Governo do Estado. Outras filiais da audioteca já foram implantadas em Cabo Frio, Nova Iguaçu, Campos de Goytacazes e Nova Friburgo. O Presidente da Sal e Luz, Geraldo Machado, disse que a intenção é atender a todo o estado com o projeto.
Na sede da cidade do Rio de Janeiro estão disponíveis cerca de 4.000 títulos. Os livros que ainda não tiverem cópia em Volta Redonda podem ser solicitados por correio ou mesmo por e-mail; a audioteca realiza o empréstimo e envia as obras por meio do serviço gratuito Cecograma. O administrador da Sal e Luz, Sérvio Túlio, diz que as escolas podem pedir à Audioteca a produção em áudio do livro didático. “Nós priorizamos sempre a obra didática”, afirma ele.
No Rio de Janeiro a audioteca dá cursos de formação de ledores. Para mais informações e pedidos de livros escreva para a Sal e Luz: audioteca@audioteca.org.br
Site: www.audioteca.org.br
Como usuária da audioteca do Rio de Janeiro há alguns anos eu garanto que o serviço é muito bom e o atendimento impecável! E quando visitarem o site da Sal e Luz não deixem de assistir ao vídeo institucional; além de ser informativo e bem produzido, minha filhota “Pra Quê” está na trilha sonora! 
O funcionamento da audioteca em Volta Redonda está garantido somente até Novembro deste ano. Segundo a administração da Sal e Luz, é preciso que empresas apóiem o projeto para que o núcleo tenha sua manutenção continuada. Por isso pessoas com e sem deficiência devem divulgar a importância deste serviço para o maior número de pessoas possível.
Muitas vezes as pessoas cegas e com baixa visão deixam de tomar conhecimento de projetos como estes simplesmente por não terem acesso à leitura de jornais, revistas, cartazes e panfletos. Mesmo existindo hoje programas de computador que permitem às pessoas com deficiência visual navegar pela internet, a maioria deste público não tem acesso a esses aplicativos nem ao computador. “Estamos chegando a pontos centrais do Estado do Rio, e em muitos deles encontramos deficientes visuais que não conheciam este trabalho”, conta o presidente da audioteca. Portanto é necessário que todos nós, pessoas com e sem deficiência, façamos uma boa divulgação boca a boca para que todos os que precisam da audioteca possam se beneficiar. Pode ter um vizinho seu que tem um primo que tem um filho cego que está desistindo de estudar por falta de acesso aos livros. Vamos fazer este serviço chegar a todos que necessitam dele.
A audioteca representa um grande avanço para Volta Redonda e é necessário valorizar toda iniciativa em favor da acessibilidade de pessoas com deficiência. Mas gol de placa mesmo será quando a audioteca, de Volta Redonda e de qualquer lugar, for implantada dentro de uma biblioteca municipal, afinal promover a inclusão das pessoas com deficiência não é somente fornecer os recursos que atendam às suas necessidades específicas, mas é também favorecer a integração, é permitir que elas freqüentem os mesmos ambientes que qualquer outra pessoa.

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